O Primeiro Instituto Familiar de Práticas, Estudos e Propagação do Aikido em Sergipe

AIKIDO E SAÚDE


O Aikido é uma prática para a vida muitas vezes confundida como uma luta ou esporte, porém a prática do Aikido vai muito mais além de uma atividade física.

A fonte primordial para nascimento do Aikido é o “Ki” e como estamos tratando do tema saúde, podemos definir “Ki” como energia vital ou vitalidade. Então todo o treinamento existente no Aikido visa revitalizar essa energia existente no nosso corpo. Quando essa energia não esta distribuída de forma harmônica em nosso corpo somatizamos o seu desequilíbrio de diversas formas, como dores de cabeça, estresse, problemas circulatórios e\ou síndromes psicológicas.

O “Do” é o caminho ou a via que utilizamos para que o “Ki” seja revitalizado a cada treino, a cada encontro e estudo dos princípios existentes no Aikido. Utilizamos essa via como uma estrada principal para em primeiro lugar termos uma consciência corpórea e polirmos a nossa mente, e posteriormente para nos entendermos com algo maior: que seria o próprio convívio social com a família e demais grupos, e o próprio universo em si. Tenhamos aqui universo como o todo que nos cerca, família, amigos, trabalho, desejos e sensações.

O resultado de seguir o caminho “Do” praticado no Aikido, que revitaliza o nosso viver através do conhecimento e redescobrimento do nosso corpo e espírito, é a harmonia “Ai”. É a flexibilidade para podermos viver um dia de cada vez, buscando nesse dia momentos felizes, desvencilhando-nos de situações problemáticas, e nos desapegando da felicidade vindoura, que somente será atingida após muitos anos de trabalho. Chamamos esse sentimento de Ichi go Ichi E, ou seja, “um encontro uma vida”. É o discernimento para entender que existem vários momentos especiais ao decorrer de um dia que não irão se repetir por toda uma vida, e que muitas vezes não os observamos por falta de percepção.

“Falamos em corpo, mente e espírito; esses são os motivadores que levam as pessoas a praticar determinada atividade física ou arte oriental. No Instituto Makoto de Aikido, além de focarmos os treinos nesses três pilares, inserimos outro pilar muito importante, o convívio social.”

O corpo humano é uma estrutura feita para se movimentar, e o fazemos na nossa infância, adolescência e fase adulta. Contudo, devido às tarefas inerentes à profissão e outros compromissos, esquecemo-nos de dar a devida atenção a essa estrutura e, unindo essa desatenção a uma alimentação desregrada fadamos o nosso corpo a diversas doenças. O corpo é o recipiente que guarda o espírito, ele é o reflexo do nosso interior, do nosso sentimento de “estar bem”. Por ter fundamental importância, não devemos ser relapsos com o mesmo. A prática diária denominada de “Keiko”, das técnicas de auto defesa existentes no Aikido, os alongamentos e as práticas meditativas, independente da idade ou das limitações físicas de cada um, faz com que o corpo exerça a sua função fisiológica com melhor produtividade e por mais tempo.

O bem estar mental almejado por muitos, o chamado “desestressar”, é tratado no Aikido em harmonia com a prática corpórea. E o ponto principal para isso é a percepção. Pois novamente ao nos dedicarmos única e expressamente ao trabalho, estudo, família, sem ao menos por alguns momentos diários pararmos e nos perguntamos: “Como “eu” me sinto?”, isso pode ser o ponto de partida para as várias síndromes subjetivas danosas existentes atualmente. No “Dojo” local de treino, são seguidas certas regras de etiqueta tradicionais do Aikido, certos movimentos de respiração que visam harmonizar interiormente a ansiedade e o desequilíbrio emocional, bem como existem momentos para a meditação reflexiva. Nesse novo panorama nasce no praticante uma nova consciência do “eu” e a sua percepção torna-se mais aguçada, pois ele esta em constante contato com movimentos de ataque e defesa; ele se vê totalmente envolvido em um novo ambiente dedicado a novas descobertas e superações intrínsecas, causando assim uma catarse mental de todo um dia repleto de sensações e possíveis ocasiões desagradáveis, surgindo assim o repouso mental e o relaxamento do corpo.

O espírito e o convívio social: após longos anos de prática, percebemos que não tem como dissociar esses dois elementos, pois o treino diário do Dojo deve prepará-lo para situações que ocorrem fora do Dojo. Para isso o seu espírito deve ser sereno e ao mesmo tempo determinado. O primeiro passo para polir o espírito é o estudo do seu “ego” conflitando suas questões pessoais com as tantas outras existentes no Dojo e fora dele. Porém o que se percebe no Instituto é que a prática é feita a partir do “Shizen Tai”, ou seja, um estado de espírito natural e descontraído. Assim o praticante inicia o seu treino procurando libertar-se de vícios sociais frustrantes e aplicar-se em buscar uma harmonização em Dojo baseada na sinceridade e respeito.

Sendo sinceros em suas convicções, mas tratando tantas outras ideológicas com respeito sincero, significantes discriminantes são eliminadas com o passar do tempo. A pessoa percebe que muitas questões que ela carrega são fardos adquiridos por vícios que a mesma, por falta de percepção, nem sequer teve interesse em analisá-los e, se necessário, descartá-los.

O praticante se torna uma pessoa flexível, sabendo posicionar-se nos mais diversos ciclos sociais sem causar conflitos. O seu espírito encontra a serenidade em conviver com aquilo que é o “oposto”, agindo com atividade ou passividade nos momentos adequados, buscando nunca trazer danos a sua existência.

No Instituto Makoto de Aikido, a prática social é feita nos treinos diários e através das Coordenações e Consultoria, que organizam a nossa estrutura e os mais diversos encontros comemorativos e educacionais. Tendo assim, a base sólida de um grupo social coeso, para que então possamos levar esse exemplo para os demais grupos existentes em nossa vida, a começar pelo primeiro de todos que seja a família.

Ter saúde ou ser uma pessoa saudável! Para que possamos alcançar esse estado de “saúde”, devemos nos conhecer fisicamente, mentalmente, espiritualmente e saber viver bem em comunhão com outras pessoas. E a melhor forma de nos conhecermos é procurar iniciar algo novo em nossa vida, pois uma pessoa saudável é uma pessoa flexível, uma pessoa que está em eterno movimento e aprendizado. E no Instituto Makoto de Aikido esta é a nossa prática para vida.


Josemar Dias

Sensei Fundador e Líder do Instituto Makoto de Aikido

AIKIDO E HAKAMA


As sete pregas do hakama (5 na frente e 2 atrás) tem o seguinte significado simbólico

1.Yuki = coragem, valor, bravura
2.Jin = humanidade, caridade, benevolência
3. Gi = justiça, retidão, integridade
4. Rei = etiqueta, cortesia, civilidade
5. Makoto = sinceridade, honestidade, realidade
6. Chugi = lealdade, fidelidade, devoção
7. Meyo = honra, reputação, glória ou reputação, dignidade, prestígio.

"No Japão do pós-guerra muitas coisas eram difíceis de conseguir, incluindo tecidos. Devido a esta escassez, nós treinávamos sem hakama.

Nós tentamos fabricar hakamas das cortinas usadas nos blackouts nos ataques aéreos, mas devido a sua longa exposição ao sol ao longo dos anos, as áreas dos joelhos se transformavam em pó assim que começávamos a praticar swari waza. Nós estávamos constantemente remendando aqueles hakamas.

Foi naquelas condições que alguém veio com uma sugestão : "Por que não dizemos que é incorreto o uso do hakama até que você se torne shodan ?". Essa idéia foi levada adiante como uma regra temporária para evitar despesas. A idéia de aceitar a sugestão nada teve a haver com tornar o hakama um símbolo de graduação em dan."

Shigenobu Okumura Sensei, "Aikido Today Magazine", # 41.

"Quando fui uchi deshi de O'Sensei, todos eram obrigados a usar hakama no treinamento, desde o primeiro momento em que pisavam no tatame. Não havia restrições quanto ao tipo de hakama que você poderia usar e então o dojo era um lugar muito colorido. Via-se hakamas de todos os tipos, todas as cores e todas as qualidades, desde o hakama do kendo, passando pelo listrado da dança japonesa até o luxuoso hakama de seda chamado sendai-hira. Eu imagino que alguns praticantes passavam o diabo por tomarem emprestado o caro hakama de seu avô, confeccionado para ser usado somente em ocasiões especiais e cerimônias, e usa-lo ajoelhado, na pratica de swari waza.

Eu me lembro claramente do dia em que esqueci meu hakama . Eu estava entrando no tatame para o treinamento usando somente meu dogui , quando O'Sensei me deteve : "Onde esta seu hakama ?", ele me perguntou severamente. "O que o faz pensar que você pode receber as instruções de seu professor usando somente suas roupas de baixo ? Você não tem nenhum senso de conveniência ? Você esta obviamente precisando da atitude e da etiqueta necessárias a alguém que tem por objetivo o treinamento do budo. Vá se sentar fora do tatame e assista a aula !"

Essa foi somente a primeira de várias repreensões que recebi de O'Sensei. Porém, minha ignorância na ocasião o induziu a instruir seus uchi deshi depois da aula sobre o uso do hakama . Ele nos disse que o hakama era um traje tradicional dos estudantes de kobudo e perguntou se algum de nós conhecia o significado das sete pregas do hakama.

"Elas simbolizam as 7 virtudes do budo", disse O'Sensei ."Elas são jin (benevolência), gi (honra ou justiça), rei (cortesia e etiqueta), chi (sabedoria, inteligência), shin (sinceridade), chu (lealdade) e koh (piedade). Nós encontraremos essas qualidades nos distintos samurais do passado. O hakama nos leva a refletir sobre a natureza do verdadeiro bushido .

Usa-lo simboliza tradições que nos foram transmitidas através de gerações. O aikido se origina do espírito do bushido do Japão e em sua prática nós devemos nos esforçar em aprimorar as sete virtudes tradicionais."

Atualmente muitos dojos de aikido não seguem as orientações existentes sobre o uso do hakama. Seu uso tem perdido o significado como um símbolo tradicional de virtude para ser considerado como símbolo do status de yudansha. Eu tenho viajado a vários dojos em vários países e em muitos desses lugares onde somente o yudansha usa hakama , o yudansha tem perdido sua humildade.

Eles encaram o hakama como um prêmio a ser exibido, como um símbolo visível de sua superioridade. Este tipo de atitude torna a cerimônia de reverência a O'Sensei , com a qual começamos e terminamos cada aula, uma afronta a sua memória e a sua arte.

Pior ainda, em alguns dojos mulheres menos graduadas (e somente as mulheres) são obrigadas a usar hakama, supostamente para preservar seu pudor. Para mim isto é ofensivo e discriminatório para a mulher aikidoista. Isto também é ofensivo ao aikidoista homem, que por isso assume uma atitude de pouco caso que não tem lugar no tatame do aikido.

Ver o hakama ser usado desta maneira mesquinha me entristece. Isto pode parecer uma questão trivial para alguns mas eu lembro bem a enorme importância que O'Sensei dava ao uso do hakama. Eu não posso negar o significado deste traje e ninguém, eu acho, pode discutir o enorme valor das virtudes que simboliza.

Em meu dojo e escolas associadas eu estimulo todos os estudantes a usar hakama independente de seu ranking ou grau (eu não exijo o uso do hakama antes que eles atinjam sua primeira graduação, uma vez que os iniciantes nos EUA geralmente não têm avós japoneses cujo hakama possa ser emprestado). Eu sinto que o uso do hakama e o conhecimento do seu significado ajuda os estudantes a se conscientizar do espírito de O'Sensei e a manter viva sua orientação.

Se nós permitirmos que a importância do hakama desapareça, talvez nós comecemos a admitir que coisas fundamentais para o espírito do aikido também caiam no esquecimento. Se, por outro lado, nós formos fiéis aos desejos de O'Sensei respeitando nosso traje de prática, nossos espíritos estarão sendo fiéis ao sonho ao qual ele dedicou sua vida."

Mitsugi Saotome Sensei, "Os Princípios do Aikido".

AIKIDO E SAKURA

Sakura - A Cerejeira Japonesa

Em março, o inverno se vai com o branco da neve e o frio. A primavera chega, enfeita e dá cor à paisagem do Japão com muitas flores. Dentre elas, a sakura, das cerejeiras típicas do arquipélago.

Poucos meses são tão esperados pelos japoneses como o de março. Com o início da primavera, as paisagens brancas e frias cedem espaço a um mar de flores rosadas que proporcionam um dos maiores espetáculos da natureza no arquipélago. As flores de sakura avançam a partir do sul do país e anunciam: é hora de sair com a família e os amigos para se divertir e apreciar a paisagem.

O hábito, tão difundido entre os japoneses, ainda é novidade para os brasileiros que chegam ao país. Veja a seguir algumas curiosidades sobre o sakura:

Mar de flores
A partir do mês de março, quando começa a primavera no hemisfério norte, o Japão é tomado por flores rosadas. São as sakura, flores de cerejeira. Elas começam a desabrochar nas árvores no sul do Japão, em Okinawa, e vão em direção ao norte, até Hokkaido. O fenômeno, que dura dois meses e se “move” como uma onda, é chamado Sakura zansen e significa, literalmente, linha de frente das cerejeiras. Os grandes apreciadores da flor fazem roteiros turísticos que acompanham a transformação da paisagem.

Tudo começou…
Conta a lenda que uma princesa desceu dos céus e aterrissou em uma cerejeira. Acredita-se então que o nome sakura, na verdade, é derivado do nome da princesa Konohana Sakuya Hime, que significa “a princesa da árvore de flores abertas”. Outros dizem que o nome da planta tem sua origem no cultivo de arroz e sua divindade (Sa). A segunda parte do nome, kura, faria referência à sua morada.

Hanami
Apreciadores de flores de cerejeiras não faltam. Eles se reúnem em grupos e passam horas observando as belas paisagens que a primavera traz. A prática ganhou até nome: hanami. O hábito já tem mais de dez séculos e exige a dedicação dos participantes, já que, em cada região, o espetáculo só dura duas semanas. Para chegar no local e dia exatos, eles contam com a ajuda da Agência Meteorológica Japonesa, que informa até em boletins televisivos o momento do florescimento.

Primeira fila
Os melhores lugares para assistir ao florescimento das cerejeiras são tão disputados que alguns chefes de grandes empresas chegam a mandar seus funcionários mais jovens irem antes aos parques para garantir um bom posto de observação. A prática é acompanhada de pique-nique e até saquê. Os mais desinibidos até cantam e dançam para celebrar a ocasião. Hoje, países como o Brasil e Estados Unidos também realizam o Hanami graças à iniciativa japonesa de, no início do século 20, distribuir mudas da árvore para diversas nações como prova de amizade. Mais de três mil pés foram levados para os Estados Unidos e podem ser vistos nos jardins da Casa Branca. A cerejeira virou símbolo de fraternidade.

Mil e uma utilidades
A flor de cerejeira nasceu como representante da aristocracia japonesa e, portanto, sua única missão é ser bonita. Mas ela tem outras utilidades: apesar de não dar frutos, a madeira da árvore é utilizada na produção de móveis e blocos para impressão de ukiyo-ê dos séculos 16 e 17. Até as flores são utilizadas e, depois de ficarem em conserva no sal, se transformam em um chá, o sakura-yu, usado nas festas de casamento para pedir felicidade ao novo casal.

Sabor especial
A primavera inspira também o cardápio japonês. Doces, bebidas e alguns pratos ganham o toque das flores no formato e no sabor. São comuns docinhos simples, feitos de açúcar, em formato de sakura. O tradicional bolinho de massa de arroz, quando enrolado na folha da cerejeira, vira o sakura-mochi. Outras flores, como uma espécie comestível de crisântemo, também dão colorido aos pratos.

Vida breve
Uma das principais características da cerejeira é sua efemeridade. O fato de as flores durarem pouco tempo nos galhos das árvores impressionou muito os japoneses na Idade Média, período de guerras, o que fazia com que as pessoas sentissem que tinham a vida ameaçada a todo momento. Assim, a sakura foi associada à imagem do samurai, guerreiros que estavam dispostos a dar sua vida quando necessário e de existência muitas vezes tão breve quanto a flor da cerejeira.

AIKIDO E FAMÍLIA

Sensei Josnei Dias, Jose Dias, Anaide Dias e Sensei Josemar Dias
A família é o primeiro meio social com o qual nós interagimos, é nela que deve estar a base para a orientação educacional, moral e ética de cada pessoa.

"No Instituto Makoto de Aikido em Sergipe, nos temos o nosso Dojo como uma grande família, unindo assim as nossos preceitos familiares aos princípios do Aikido. Transformando o Instituto em um centro singular de bem-estar com relações sociais agradáveis e benéficas." Josemar Dias

“O AIKIDO foi a mim apresentado pelo meu irmão e com ele estou nessa jornada há aproximadamente 19 anos. Aprendi com ele como expandir nossos laços familiares através da prática constante no Dojo. A sinceridade e o respeito (como irmão e Sensei) são a base do nosso relacionamento. Com certeza é de grande importância que os familiares estejam presentes no Dojo, percebo isso quando as pessoas nos vêem treinando juntos.” Josnei Dias

“Sempre que podemos estamos treinando com os nossos filhos, e dando apoio nos eventos organizados por eles, sentimos o mesmo bem-estar na nossa família e no grupo AIKIDO não tem como dissociar um do outro”. Jose Dias e Anaide Dias

AIKIDO E BEM ESTAR

A definição de bem-estar vem ao longo do tempo adquirindo diversas significâncias nas mais variadas conjunturas sociais dos grupos sócio-culturais existentes.

Em conexo com as matérias milenares e contemporâneas referentes ao assunto, encontramos uma diversidade grandiosa de culturas e tradições do que seria o caminho do homem atual em busca do seu bem-estar.


Traduzindo essa estrutura para o AIKIDO contemporâneo, encontramos o ser humano em busca de um complemento, ou supostamente ao encontro de um novo caminho para a sua subjetividade, ou seja, um a forma que o faça subsistir com mais coerência em determinado meio sócio-cultural.

O meio existente no dia-a-dia defronta essa mesma pessoa com questionamentos sobre sua melhor conduta no convívio social. O faz questionar sobre o que seria mais adequado para a sua vivência estruturada em ideais, que ele mesmo duvida do que seria correto.

Temos um contexto estrutural e pessoal que levaria algum tempo e explanações para ser desestruturado, o que não é a nossa intenção no momento.

Como dito em outros momentos, temos a procura pelo AIKIDO por pessoas que buscam uma melhoria na qualidade de vida. Através dos pilares do corpo, da mente, do espírito ou do convívio social.

A base da convivência é o contato pessoal com os mais diversos ciclos sociais. Iniciado a partir da família. No AIKIDO a prática social é focada em todo momento no treino, desde a entrada no Dojo, ate a cerimônia do chá realizada no final de cada prática. Praticar AIKIDO não é somente realizar técnicas e sim manter um convívio harmonioso e flexível com as mais diversas pessoas no Dojo e fora dele.
E essa prática nasce a partir do Shizen Tai, ou seja, um estado de espírito natural e descontraído. Assim o praticante inicia a seu treino procurando libertar-se de vícios sociais frustrantes e aplica-se em buscar uma harmoziação em Dojo baseada na sinceridade e respeito.
Através da alegria de praticar com os semelhantes que trilham o mesmo caminho espiritual de se fortalecer através da união do corpo, mente e espírito, o iniciado torna-se um novo conhecedor de novos ambientes que o tornem uno com a natureza.
O Ki renovado constantemente na prática do AIKIDO nos trás um novo vigor, emergindo naturalmente do contato social com pessoas no Dojo que buscam o mesmo vislumbre do universo, nos tornando capaz de viver diariamente a alegria, a vibração, a liberdade e a flexibilidade da existência.

Adiantando-nos as mais diversas situações inerentes ao viver, de uma forma nunca antes experimentada, que nos ascende a um nível superior de compreensão própria, trazendo assim um bem estar físico devido à prática adquirida diariamente, um bem estar mental devido à prática de cuidado e preservação do outro que nos demonstra o caminho do AIKIDO, de um bem estar espiritual ao experimentar o convívio com as pessoas, desejos, intenções, identificações e emoções. Trazendo-nos finalmente após todas essas experiências o significante de coexistir de uma forma gratificante em um grupo social.

Praticamos para todos os momentos de nossa vida (estudos, trabalho, graduações etc).


Praticar AIKIDO é se preparar para um convívio social com qualidade de vida e bem estar em todos os âmbitos com quem coexistimos.


Josemar Dias

Sensei Fundador e Líder do Instituto Makoto de Aikido

AIKIDO E SINCERIDADE


Na prática do AIKIDO percebemos uma evolução cíclica no desenvolvimento grupal e no engrandecimento pessoal. A Percepção do linear e o objetivo a ser alcançado e a idéia do “término da jornada” ao obter uma determinada graduação, vão cedendo lugar para algo muito mais engrandecedor, ou seja, “viver o momento da jornada”.

Cada momento é único e não se repete. O praticante deve procurar ter a sensibilidade de buscar naquele momento a inspira
ção para os momentos seguintes sem desprender a sua mente para o futuro ou para o passado, viver o momento é buscar nele o seu engrandecimento pessoal.

A natureza nos mostra com sabedoria que tudo gira em torno de ciclos, o passar das estações, o ciclo natural humano do nascimento até sua morte, o universo em si organizado em sua forma elipsoidal e infinita. A sabedoria nasce em perceber que ao participar de determinados ciclos: familiares, coorporativos, acadêmicos etc. Eventos irão se repetir, porém de uma maneira singular ao passado. Nosso dia-a-dia também é estruturado em ciclos, desde o momento que acordamos, iniciamos as nossas tarefas e retornamos ao nosso lar. Desde o passar da semana, do mês, do ano e, por fim, da sua vida.

A única constante nesse procedimento somos nós mesmos, porém, ser constante em um ciclo evolucional não é benéfico, “uma árvore que se mantém fixa em uma tempestade certamente ira tombar, com sabedoria o bambu curva-se diante da tempestade e ao final da mesma retorna ao seu lugar de origem”. Um dia nunca é igual ao outro; um mês nunca é igual ao outro; mesmo após 1 ano de passagem, aquele dia ou mês nunca vai ser o mesmo, o sentimento de mesmice, monotonia está simplesmente interligado à falta de sensibilidade em perceber o que acontece ao seu redor e ao desenvolvimento interior estagnado.

A intenção não é comentar a falta de sensibilidade ou o desenvolvimento interior interrompido, isso seria uma outra pauta.

O AIKIDO na sua vida não seria uma exceção a tudo o que foi dito anteriormente. O AIKIDO é uma prática que nasceu da existência do Fundador, ou seja, um ciclo de vida que se foi e nos deixou algo de presente. O saber do criador do AIKIDO foi de tamanha evolução que o benefício da prática é perceptível desde o primeiro dia de treino. Fugindo assim do dogma que, somente após muito tempo de prática, você sentirá o bem estar de estar inserido em algo grandioso. Pensar assim seria muito pouco para o AIKIDO.

Assim sendo, organizamo-nos em ciclos de aprendizado que marcam a evolução técnica dos praticantes, ou seja, os Kyus. A cada kyu nos é dado de presente um saber, temos aí oportunidade de crescer como pessoa, seja a priori através do seu corpo, da sua mente ou do seu espírito. Pois são esses três pilares que irão lhe levar a prática do AIKIDO.

Cada ciclo aparentemente é repetido, porém nunca da mesma forma. O ensinamento é outro e o momento é outro. Voltamos aqui à questão de ser constante. O praticante que achar que os ciclos iniciais que vivenciou foram iguais e que os próximos serão idênticos aos anteriores, assim como não procurou deles estabelecer um link de saber com sua própria vida e com seu próprio treinamento e, principalmente, com o grupo com o qual interage, certamente será uma árvore que irá se romper na primeira tempestade.

Por isso o primeiro sentimento que sedimenta o seu caminho no AIKIDO é a SINCERIDADE. Sinceridade com relação ao que você deseja na prática diária; sinceridade para com o grupo; o seu desejo nunca pode ser superior ao grupo, pois o grupo são as folhas que irão lhe proteger da chuva. Sinceridade com a pessoa que lhe ensina, pois é ela quem lhe guiará durante todo o caminho e estará com você seja na chuva ou no sol, e durante todas as estações da sua vida.

Não sendo sincero, o único exclusivamente afetado nesse ciclo de vida será você. Da sinceridade nasce o RESPEITO. O respeito que o grupo tem para com você, o respeito que o seu Sensei tem para com o seu desejo e, sem sinceridade, você nunca será respeitado.

Assim o grupo estará coeso sendo fiel ao desejo natural de sempre evoluir, respeitando cada praticante, polindo o espírito em cada encontro e a cada gota de suor ou de lágrima em prol do bem estar de todos. Então o grupo alcançará o reflexo do que é natural: os praticantes não serão constantes e adquirirão o saber de cada momento transmitido até se tornarem a própria extensão da natureza.

O AIKIDO se faz com o coração sincero (MAKOTO) e com o sentimento de respeito pelos que vieram primeiro e nos dão a honra de compartilhar conosco o seu saber.

Josemar Dias
Sensei Fundador e Líder do Instituto Makoto de Aikido